sexta-feira, 5 de março de 2010

As Fofocas da Época

Antes da Segunda Guerra Mundial, Feira de Santana era uma pequena cidade de uns 20 mil habitantes, onde todos se conheciam e todos se observavam dando margens aos comentários que ás vezes evoluiam até as fofocas, como toda cidade do interior.
Existira aqui em Feira um casal (hoje normal) que na década de trinta era visto com grande discriminação, pois todos sabiam que a esposa era infiel ou adúltera e o mais vergonhoso e inacreditável é que o marido sabia. Mas o amante era um lojista de boa situação financeira e muito generoso. Como a sua loja era de tecidos de toda espécie, ele presenteava a mante com muitos "cortes" de tecidos de primeira qualidade, o que deixava o marido enciumado. Mas o seu ciúme era porque ele não ganhava nada. Tanto que reclamou que a mulher lhe garantiu que na primeira oportunidade ia pedir um "corte" de casimira para que ele fizesse uma boa roupa para a Festa de Sant'Anna.
Havia uma empregada do casal que tudo contava ás asua colegas, que contavam a outras e assim o povo da cidade acompanhava o triângulo amoroso. A empregada não só ouvia como vez por outra dava uma olhadinha pelo buraco da fechadura.
Uma tarde o bom amante bateu á porta e o marido estava no quarto. Ouvindo a voz do sócio, outro recurso não teve a não ser esconder-se em baixo da cama e ficar quieto. Aliás essa não foi a primeira vez que fora surpreendido e já sabia como agir.
A mulher confiava na providência do marido e calmamente trouxe o amante para o quarto do casal onde costumavam trocar juras e carinhos. E foi no meio desses carinhos que a mulher lembrou do pedido do marido e falou: - Meu querido, eu queria, que você me trouxesse um corte de casimira para eu dar a meu marido nos festejos de Sant' Anna. - Claro, minha querida! e qual é a cor que ele gosta? A mulher calou-se tentando lembrar se ele havia dito a cor. Também o amante ficou em silêncio, esperando. Mas o marido ficou impaciente e sussurou (que até a empregada ouviu): - Azul...

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